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Palmas, Paraná
Trata-se de uma Academia de Letras do Município de Palmas-PR, congrega escritores, Poetas, Pesquisadores, benfeitores da Educação e Cultura de Palmas. Pretende divulgar eventos, datas, livros, escritos em geral de acadêmicos e de colaboradores.

4 de mar. de 2010

A TRAGÉDIA DA CATEQUESE, por Joaquim Osório Ribas.




O episódio ocorrido no dia 13 de setembro de 1915, nos campos da Fazenda Campo Alto, junto às cabeceiras dos Rios Jangada e Chapecó, na época Município de Palmas, hoje, Município de General Carneiro, é pouco referido pelos historiadores locais, porém, pela sua importância no estudo da história regional merece ser abordado.

Cleto da Silva em seu trabalho denominado “Apontamentos Históricos de Palmas e Clevelândia”, transcreve a notícia do Jornal “Missões”, de União da Vitória, onde é detalhado o acontecimento que gerou comoão entre os moradores da região. Dois fazendeiros tradicionais, o Capitão Cândido Mendes, proprietário da Fazenda Monte Alegre irmão do Cel. Domingos Soares, Prefeito de Palmas e o Cel. Domingos Pacheco, morador da Fazenda Santa Bárbara, neto do Barão dos Campos Gerais, decidiram fazer uma visita de apoio à aldeia de índios do Campo do Tigre. Foram recebidos pelos funcionários do serviço de catequese, os quais lhes serviram chimarrão enquanto os índios eram avisados da presença dos fazendeiros. Como de costume os visitantes entregaram ao cacique as armas de fogo e os facões. Desarmados foram barbaramente trucidados pelos índios com cacetadas. Junto com os fazendeiros também foi assassinado o funcionário Fioravante, considerado um dos melhores daquele posto.

Os dois fazendeiros gozavam de grande prestígio. O Cel Pacheco, cujo pai fizera parte da expedião de Pedro Siqueira Cortes, era chamado de “PAI VELHO”, pelos bugres mansos das tribos da região de Palmas, em virtude do trato que costumava dispensar-lhes. Sua morte causou consternaão geral e repercussão nacional. Por sua vez o Capitão Candinho Mendes era um dos maiores proprietários de Palmas de Cima. A Fazenda Monte Alegre, de sua propriedade, por se localizar na linha divisória entre o campo e o mato, era alvo de constantes ataques dos ferozes botocudos. Segundo consta abatia rezes para alimentar a matilha de cães que possuíam, a fim de conquistar a simpatia dos índios, porém, tratava-se de um povo refratário à civilização que estava sendo implantada.



Os fazendeiros da região tomaram conhecimento do ocorrido através de um funcionário que gravemente ferido sobreviveu à chacina. Os moradores e parentes das vítimas encontraram os seus corpos completamente mutilados e queimados.

A reaão foi violentíssima. Cães farejadores e matreiros experientes foram mobilizados no ataque de extermínio contra a tribo dos botocudos. Houve um terrível massacre contra os silvícolas, praticamente, foram banidos da região.

A Tragédia da Catequese encerra uma página cruenta da história da ocupaão desta terra, que implicou praticamente, no extermínio de um povo. Foi um dos últimos confrontos entre descendentes de paulistas e os primitivos moradores que lutavam contra a invasão dos brancos.


Infelizmente só encontramos relatos dos membros da sociedade conquistadora. O índio não dominava a escrita e os poucos sobreviventes apagaram da memória essa história de sangue e violência. Portanto, é da maior importância para a compreensão do processo de ocupaão dos Campos de Palmas, o estudo do relacionamento entre as duas civilizações que se defrontaram no início da instalação das fazendas.

Joaquim Osório Ribas

Um comentário:

  1. Ao ler hoje sobre esta tragédia, levo em conta que aqui em Papanduva também ocorreram embates sangrentos entre botocudos e tropeiros. Tenho muita coisa em meus registros históricos.

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José de Araújo Bauer. Membro Fundador


José de Araújo Bauer nasceu a 30 de janeiro de 1911, em Palmas, Estado do Paraná. Filho de Henrique Bauer Sobrinho e Zulmira de Araújo Bauer. Foi casado com Maria de Lourdes Loyola Bauer (in memoriun). Cursou o primário na Escola Elementar dos Padres Franciscanos, em Palmas, Paraná. Exerceu inúmeras atividades, foi Empreiteiro Rural nos municípios de Palmas, Paraná e Água Doce, Santa Catarina; Peão de transporte de tropas de gado de Palmas a União da Vitória e de Palmas a Palmeira, Estado do Paraná; Balconista em União da Vitória e Jangada do Sul, Paraná; Agregado e Capataz de Fazenda no município de Água Doce, em Santa Catarina; Proprietário Agropecuarista, Criador da raça bovina Caracu, no município de Água Doce, Santa Catarina, desde 1960. Aprecia escrever, de suas atividades literárias destacam-se: Coletânea Usos e Costumes da Sociedade Campeira de Palmas nas Primeiras Cinco Décadas do Século XX (trabalho produzido para o Programa Nossa Terra, do Departamento de Educação da Prefeitura Municipal, 1997, conforme consta do Jornal O Palmense, n. 121, de 28 de junho de 1997; A Deligência , texto publicado no Jornal O Palmense, n. 121, de 28 de junho de 1997, p. 5 (Projeto Nossa Terra - Departamento de Educação da Prefeitura Municipal de Palmas, Paraná); Antônio Maciel de Araújo (Tonhá). Texto publicado no Jornal A Cidade de União da Vitória, edição 099, p. 5, de 23 de março de 2000; De Caminho de Tropas a Estrada de Rodagem in Nazaro, Lucy Salete Bortolini. Uma história de fé, luta e garra de um povo. Palmas, Paraná: Kaingang, 1999, p. 43-47; O primeiro Ônibus a Palmas in Nazaro, Lucy Salete Bortolini. Uma história de fé, luta e garra de um povo. Palmas, Paraná: Kaingang, 1999, p. 48-51; Prefeitos Municipais de Palmas in Nazaro, Lucy Salete Bortolini. Uma história de fé, luta e garra de um povo. Palmas, Paraná: Kaingang, 1999, p. 52-56 e Reminiscênicas... Histórias de Palmas emergindo da Memória (2001). Recebeu os títulos: Tropeiro de Palmas, em 11 de junho de 1999; Sócio Fundador do Centro Pastoral, Educacional e Assistencial “Dom Carlos” - CPEA; Certificado de Expositor, Primeiro lugar, Categoria reprodutor raça Caracu ‘Adão”, Feira do Parque Castelo Branco, em Curitiba, 1965. Certificado de Expositor, Primeiro lugar, Categoria Bezerros da Raça Caracu, Feira de Água Doce, Santa Catarina, 1984. Pertence às Associações: Clube União Recreativo Palmense, desde 1937; Cooperativa Agropecuária de Palmas, Paraná, hoje Cooperativa Agropecuária Mourãoense - COAMO; Sindicato Rural de Palmas, desde a fundação. Associação dos Criadores da Raça Caracu; Centro Pastoral, Educacional e Assistencial “Dom Carlos”, desde a criação e por vários anos. É Membro Fundador da Academia Palmense de Letras, fundada em 09 de novembro de 2000, ocupa a Cadeira Nº 15, Patrono José Antônio Alexandre Vieira.
Autor do Livro: “Reminiscências- História de Palmas”.




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