“A sabedoria e a humildade são virtudes que poucos possuem. Essas qualidades são encontradas em Francisco Filipak. Sábio, não só por ter lido muito, por ter domínio de várias línguas, por ter publicado (...) livros, mas também por estar aberto às linguagens populares e, em conseqüência, por estar em sintonia com os saberes que fazem parte do cotidiano das pessoas. Portanto, humilde por interagir com o popular.” (Jorge Antônio de Queiroz e Silva historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná).
Em 26 de março de 2010, o Paraná perde o ilustre pesquisador Francisco Filipak. Era um ser humano pleno de simplicidade, grandioso nas palavras, valoroso em suas pesquisas e lições de vida. A Academia Palmense de Letras ficou sem um dos seus colaboradores, da qual o poeta Francisco Filipak era Membro Benemérito.
O Escritor, Poeta, Pesquisador, Educador Francisco Filipak, nasceu em Araucária, estado do Paraná, no dia 07 de agosto de 1924. Era filho de Maria e Antônio Filipak. Formou-se em Letras na Pontifícia Universidade Católica do Paraná e realizou Mestrado em Teoria Literária pela mesma Instituição. Formou-se em Filosofia Pura pela UNISINOS de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Especializou-se em Língua e Cultura pela UFPR, em convênio com a Universidade Jaquelônica de Cracóvia, na Polônia. Foi professor concursado no Magistério Público do Paraná; ministrou a disciplina de Teoria da Literatura na Fundação Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória, Paraná, na Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Irati, Paraná e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Tuiuti, em Curitiba. Também, foi professor de Técnica de Técnica de Comunicação na Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administração “Professor De Plácido e Silva”, em Curitiba. Professor de Língua e Literatura Latinas nos cursos de Letras das Faculdades Tuiuti e Irati. Diretor da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória, Paraná.
Como pesquisador, escreveu importantes obras, destacamos algumas de suas escrituras: Teoria da Metáfora (Dissertação de Mestrado); Fundamentos da Linguagem; Antologia do Vale do Iguaçu em co-autoria com Nelson Sicuro; Glossário do Vale do Iguaçu; Vocabulário Regional de Ibiraçu, ES; Centenário do Brasil da Família Filipak; Curitiba e suas Variantes Toponímicas; Dicionário Regional do Espírito Santo; Dicionário Sociolingüístico Paranaense; Literatura Polono-Brasileira (Monografia do Curso de Especialização em Língua e Cultura Polonesas). Lançou a obra Helianto Outonal, plena de lirismo poético. Calendário Cívico Religioso Nacional, Estadual e Municipal, PR; Publicações da COMOCI-PR, vol. 1, 2 e 3, em co-autoria com Sebastião Ferrarini, Maria da Luz Clotilde Cunha Filipak e Gotardo Ángelo Gerum; Curitiba e suas variantes toponímicas coré-curé-curiy: Ensaio Histórico-Linguïstico; Tropeirismo - Platino-Peruano & Platino-Brasileiro, entre outras.
O Escritor ocupava na Academia Paranaense de Letras a Cadeira Nº 39, Patrono Aristides de Paula França. Fazia parte do Instituto Histórico e Geográfico o Paraná, Centro de Letras do Paraná, Academia de Letras José de Alencar, Círculo de Estudos Bandeirantes, União Brasileira dos Trovadores e do Clube dos Trovadores Capixabas, Espírito Santo, Centro Cultural Professor S. Michaelle de Ponta Grossa, Paraná. Como Acadêmico da Academia Paranaense de Letras colaborou nas fundações de Academias Literárias no Paraná. Em Palmas, orientou a elaboração do Estatuto, a organização da documentação para a fundação da Academia Palmense de Letras, de Palmas, Paraná, da qual é Membro Benemérito. Manteve contato com vários membros fundadores da Academia Palmense de Letras, enviando poesias, mensagens, correspondência e livros. Relançou em Palmas o seu livro Curitiba e suas variantes toponímicas coré-curé-curiy: Ensaio Histórico-Linguïstico, com o apoio do Curso de Letras e da Academia Palmense de Letras.
Em Palmas, Paraná, Filipak ministrou palestras no Curso de Letras do Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná, hoje, Instituto Federal Paraná. Na ocasião, convidou os acadêmicos do Curso de Letras de Palmas, Paraná, para colaborarem em sua pesquisa dialetológica. As pesquisas dos acadêmicos foram aproveitadas como fonte primária do primeiro dicionário paranaense, organizada pelo pesquisador.
O historiador Joaquim Osório Ribas, Membro Fundador da Academia de Letras do Vale do Iguaçu, grande amigo do Escritor Francisco Filipak, expressou: “É uma perda muito grande para as Academias de Letras do Paraná que tiveram nele um forte apoio. Foi um homem dinâmico que, apesar da debilidade de saúde, produziu interessantes obras para a literatura paranaense. Pedimos a Deus pela sua acolhida na eternidade.”
A escritora Lucy Salete Bortolini Nazaro, Membro Fundador da APAL, Cadeira N° 01, Patrono Danilo Bordignon, sobre a morte do Escritor, declarou: “Lembro que “a morte não existe”, o que se vai é o físico, fica o feito do homem, suas histórias, suas experiências de vida, seus exemplos, sua determinação. Sua alma está viva na herança cultural que nos legou. E temos que agradecê-lo por isso e pelo convívio. (...) Um baluarte que continuará lembrado para sempre”.
Os Acadêmicos Fundadores da APAL, Vanda Maria Martins e Paulo Ernesto Antonelli, de Foz do Iguaçu, Paraná, enviaram a mensagem: “Ficamos tristes com o falecimento do Filipak. Uma biblioteca ambulante, conhecedor da língua como ninguém.”
A poetisa, pesquisadora Maria José Bauer Ribas, Membro Fundador da Academia Palmense de Letras disse emocionada: “Sinto o falecimento de Francisco Filipak, foi meu professor na FAFI de União da Vitória. Na época ele era padre e todos o chamavam de “Padre Chiquinho”. Era muito querido na comunidade acadêmica.”
Sua obra e memória ficarão para sempre em Palmas. Uma parcela da palavra do Escritor, como homenagem da Academia Palmense de Letras:
“O Passeio Público, com os seus canais, ilhas, penínsulas, canteiros floridos, renques de árvores, centenárias, pontes caprichosas, com sua fauna e flora exuberantes é um recreio de lazer e recreio para os curitibanos” (Francisco Filipak in Jorge Antônio de Queiroz e Silva).
“Gigantescos e altaneiros
Com as frondes imponentes
embelezam os pinheiros
nossa praça Tiradentes”. (Vídeo em homenagem aos 316 anos de Curitiba, organizado por Andréa Motta)
(Luiza Josefina Varaschin, Membro Fundador da Academia Palmense de Letras, Cadeira Nº 02, Patrono Vasco Taborda Ribas).
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