HOMENAGEM PÓSTUMA A DOM AGOSTINHO JOSÉ SARTORI.
Hoje,
dia 06 de junho, Dom Agostinho deixa a vida física e parte para uma nova
morada, junto à Família do Divino
CriAmor. Uma nova vida onde a dor e o sofrimento ficam para trás. Que Nossa
Senhora o receba em seus braços, acalentando aquele que tanta fé lhe depositou.
José
Benito cumpriu uma grande missão nesta terra. Um menino que se mostrou precoce
em sua decisão de abraçar o sacerdócio e o magistério das Leis Divinas para
todos os homens de boa fé. “Até que Cristo se forme em todos”, foi o lema que
escolheu para pastorear os diocesanos de uma vasta região de nosso sudoeste. E
assim viveu, numa firme vontade de pregar o amor cristão entre os homens.
O
menino Benito saiu de seu lar para o Seminário, antes dos dez anos de idade, dando
o abraço de despedida à mãe, que que nunca mais viu, pois pouco tempo depois
uma doença fatal a levou e a ele, distante, só restou a oração e a fé Naquele
que tudo pode e que lhe ajudou e o levou adiante no propósito firme de
servir. Lhe ajudou a superar todos os
obstáculos de uma caminhada de criança para a adolescência, para a juventude e
para a velhice, acompanhando seus passos até a despedida final.
Muito
cedo o jovem Benito abraçou o sacerdócio tornando-se Frei Capuchinho, com uma
longa trajetória de estudos e dedicação. Dedicação que o levou a grandes
feitos, não só na área pastoral, religiosa, mas também à Educacional e área das
comunicações.
O Frei se
tornou Bispo da Diocese de Palmas - Francisco Beltrão, assim atuou até os 75
anos de idade, quando se tornou Bispo Emérito, sempre ativo naquilo que suas
condições de saúde permitiam. Aos poucos
a enfermidade foi tirando algumas das atividades que ele mais gostava, entre
elas a de oficiar sozinho uma Santa Missa e também a leitura. Mas gostava de conversar e ouvir aqueles que o
visitavam.
Um dia antes
de ir para o Hospital em Pato Branco eu estive com ele, senti que a hora era
chegada, ele se mostrava bastante debilitado, lembrou muito a aparência de
minha mãe em seus últimos dez dias de vida. Até comentei o fato com o Guilherme
e a Iraci. Na ocasião, ele me conheceu e falou comigo, pedindo, como sempre,
“onde está a Dona Iraci? O povo está pedindo por ela”. Na verdade o “povo” era
ele, queria sempre a presença constante
daquela em que ele confiava e que cuidou dele com muito carinho, até o final,
juntamente com outras pessoas que a ajudavam e que residiam no Palácio
Episcopal. Acredito que todos, de alguma forma, fizeram o seu melhor por ele.
Dom José sempre procurou oferecer os melhores cuidados médicos e o que foi
possível fazer, foi feito.
Chegou a hora
de se despedir e ele terminou sua missão. Uma missão que ultrapassou oito
décadas, mas que foi cumprida com a fé daqueles que acreditam e tem esperanças
num mundo melhor, mais voltado às coisas do espírito do que às coisas ligadas
ao mundo material.
Cristo ainda
deverá se formar em todos, haverá de chegar o dia em que os corações serão
abertos e a humanidade abraçará os ensinamentos Daquele que por nós doou o que
mais precioso tinha, a Sua Vida.
Cabe a nós
fazer com que se cumpra esse lema, por menor que seja a parcela de nossa
contribuição, ela será significativa para o futuro daqueles que virão depois de
nós.
José Benito,
Dom Agostinho, vá em paz. Sua passagem na terra não foi em brancas nuvens.
Fica a saudade
eterna por parte daqueles que reconhecem a sua doação, com erros e acertos tão
humanos como os de todos nós. Aprendi muito com Dom Agostinho e tenho muito a
agradecer pela convivência de tantos anos com uma pessoa tão especial como ele.
Tive o privilégio de longas conversas com ele, para escrever o seu livro, um
verdadeiro presente que só acrescentou e enriqueceu minha vivência. Por isso me
despeço dizendo, obrigada por tudo, D. Agostinho, descanse em paz! O Senhor
agora vive em nossos corações, em nossa memória.
Lucy Bortolini Nazaro
–Escritora (APAL e ALAP).